Textos, entrevistas, palavras e pensamentos publicados no noveletras.blogspot.com foram apagados por invasores. Da noite pro dia meu antigo blog sumiu. Como não vou poder usar o mesmo nome, estou de volta em novo endereço. Muito do que escrevi lá vocês vão poder ler aqui. Obrigada pela visita!!

quarta-feira, 31 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sem urgência para viver

"Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas. E me encantei."

"Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir."

"Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando."

"Um fim de mar colore os horizontes."

As frases acima são de Manoel de Barros, poeta de 93 anos considerado um mestre para escritores como Chacal e Fabrício Carpinejar. Com uma poesia simples e delicada, carregada de coisas da vida, o escritor é personagem principal do documentário "Só dez por cento é mentira. A Desbiografia Oficial de Manoel de Barros", que vai ser exibido amanhã, às 19h, no auditório da Fundação Cultural BADESC, em Florianópolis.

O longa metragem do diretor Pedro Cezar sobre o poeta de Mato Grosso do Sul foi eleito como melhor documentário do 2º Festival Paulínia de Cinema e levou os prêmios de melhor direção e melhor documentário do 5º Fest Cine Goiânia, nas edições de 2009.

Um dos poetas da língua portuguesa mais originais de todos os tempos, Manoel de Barros tem 20 livros publicados.

Mais informações sobre o documentário
http://www.sodez.com.br/


A Fundação Cultural BADESC fica na rua Visconde de Ouro Preto, 216, centro.

domingo, 21 de março de 2010

Entrevista ponto-com

Rose: Desde quando você, Ricardo de Carvalho Duarte, passou a ser mais conhecido como Chacal?

Chacal: 1965. Seleção Carioca de Voleyball Infantil.

Rose: Você estreou aos 20 anos com cem exemplares mimeografados do livro “Muito prazer, Ricardo”. Com poemas curtos e bem humorados você abriu caminho para a chamada “geração mimeógrafo”. Como era a produção cultural daquela época?

Chacal: A produção cultural que me interessava era a underground. A cena misturava o tropicalismo com o pop internacional. Eu via e ouvia Gal Costa, Caetano, Gil, Luis Melodia, Novos Baianos, um rock ainda incipiente aqui e Dylan, Stones, The Who, Beatles, Zappa lá fora.

Rose: De lá pra cá, na sua opinião, houve mais avanços ou retrocessos na cultura do país?

Chacal: Perdeu-se a ferocidade, a invenção e melhorou a qualidade técnica. O show business tomou o lugar do show happiness.

Rose: O fato de ter sido descoberto por nomes como Wally Salomão, Torquato Neto e Hélio Oiticica deu mais facilidade para você transitar pelo mundo das artes e da literatura?

Chacal: No underground, sem dúvida.

Rose: Poeta, cronista, letrista, autor de teatro, artista. Em qual papel você acha que escreve melhor?

Chacal: Poeta e cronista.

Rose: Você disse uma vez que os poetas precisam parar de lustrar seus umbigos e voltar a falar com seus semelhantes. Os poetas estão se distanciando tanto assim das pessoas?

Chacal: Estão, Rose. Hoje me parece tudo segmentado. Poetas escrevem para poetas. Artistas trabalham para artistas, etc, etc. Talvez por conta da intertextualidade pós moderna. Talvez para garantir seu minguado público, ou melhor, roda de admiradores e amigos.

Rose: Dizem que, ao contrário do que muita gente imaginava, a Internet tem beneficiado o mercado de livros. Você acha que ela tem sido uma boa ferramenta de marketing, de experimentação e de aproximação de escritores com a nova geração de leitores?

Chacal: Não sei precisar. Sei que é uma ferramenta de informação, criação e comunicação extraordinária.

Rose: Levar poesia, música e performance ao público. É para isso que existe o CEP 20.000 (centro de experimentação poética - http://cep.zip.net/ )?

Chacal: O CEP, digamos é a cama, para as pessoas se conhecerem melhor.

Rose: O que deve fazer um artista interessado em participar de toda essa experimentação cultural?

Chacal: Criar apaixonadamente e viver numa dimensão mítica.

Rose: Quais suas leituras preferidas? E quais você recomenda?

Chacal: Poesia. Poesia. Poesia.

Rose: “A poesia de Chacal não precisa de nenhum álibi para existir”, disse Paulo Leminski uma vez. Você está lançando agora em todo o país “Belvedere”, um luxuoso volume que reúne em 384 páginas sua produção de 1971 a 2007. Publicar e ter o trabalho reconhecido ainda é um dos melhores prêmios para quem escreve?

Chacal: O melhor prêmio é ouvir de um desconhecido que gostou de seus poemas. Publicar e ser reconhecido hoje em dia, não é muito mérito.

Rose: Viajar para divulgar o livro é um bom termômetro para sentir o calor e a resposta do público?

Chacal: Sem dúvida. É uma forma de você plantar para um dia, who knows, poder colher. Público de poesia ainda é algo muito raro.

Rose: Qual a melhor dica para quem está começando a escrever?

Chacal: Ler o poema "a poesia é antes de tudo um inutensílio" de Manoel de Barros (in Arranjos para Assobio).

Rose: Posso te pedir uma poesia para encerrar esta entrevista?

Chacal: e as couves ...

e as couves de bruxelas ?

quem

- a não ser eu - ouve elas?

ninguelas

ninguelas


***Entrevista publicada em março de 2008 no meu extinto blog 'noveletras' e também no blog do Chacal http://chacalog.zip.net/arch2008-03-23_2008-03-29.html

quinta-feira, 18 de março de 2010

E mais nada

A euforia dura pouco. Eis que surge então o desinteresse.

Há um cansaço generalizado no mundo. Basta prestar um pouco de atenção para constatar que coisas e pessoas fazem sucesso enquanto são novidades. Não demora muito e já são substituídas por outras, num vai e vem infinito.

Deixamos de gostar disso ou daquilo numa velocidade que chega a assustar. Ou nem assusta mais. Descartamos filmes, músicas, letras, poesias, histórias, tecnologia, pessoas... sim, pessoas. O interesse dura até o momento em que conquistamos, que temos ou que possuímos o objeto do nosso desejo. Depois... cadê a graça?

Há filosofias que pregam que a vida material e os prazeres deste mundo nunca vão satisfazer plenamente o ser humano. Mesmo se alguém conseguir tudo o que deseja agora, neste instante, ainda assim poderá perceber mais tarde que faltou o essencial.

O que todo mundo quer mesmo é ser feliz.

E a sensação que tenho, às vezes, é de que a felicidade está aí, a alguns passinhos...

terça-feira, 9 de março de 2010

O que eu quero?

Da vida, o essencial
Dos amigos, afetos sinceros que resistam a distância
Do tempo, paciência
Do amor, declarações verdadeiras
Da terra, inspiração
Do mar, serenidade
Do céu, bençãos
De Deus, proteção
Do futuro, uma agradável surpresa


E de presente, o dia de hoje feliz!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ponto de vista


Gaivotas sobrevoam o mar
Buscam alimento a cada mergulho
Para quem observa de longe são admiráveis, dóceis, lindas
Não para os peixes. Não para os peixes...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Cinema de graça

Hoje tem o primeiro Ciclo de Cinema Francês do ano no Cicneclube da Fundação Cultural BADESC, em Florianópolis. A sessão, que é gratuita, começa às 19h.

Segue a programação do mês:

1º/03
A Ilha de Black Mor
L'Ile de Black Mor (França, 2004).
Animação em Cores. Duração 80’. Classificação etária Livre.

Em 1803, sobre as costas do Cornouailles, o Kid, uma criança de quinze anos, escapa do orfanato onde vivia como um prisoneiro. Ignora o seu verdadeiro nome e tem por única riqueza o mapa de uma ilha do tesouro, caída do livro de Black Mor, um famoso pirata ao qual desejaria assemelhar-se. Com dois saqueadores de barcos, Mac Gregor e La Ficelle, o Kid rouba a embarcação do guarda costeiro e lança-se à procura da famosa ilha no outro extremo do Oceano Atlântico. Mas não se passa nada como nos livros de piratas... Em procura de sua identidade, o Kid é mais frágil que se possa imaginar, e muitas aventuras o aguardam antes de chegar à Ilha de Black Mor...

08/03
Barakat
(França, 2006).
De Djamila Sahraoui. Drama em Cores. Duração 94’.

Amel é médica de emergência num hospital na Argélia.Ela se esforça, na medida do possível, para conciliar sua profissão e sua juventude, apesar da guerra civil. Uma noite, voltando para casa, Amel constata que seu marido jornalista desapareceu e decide partir a sua procura. Vai acompanhada de Khadidja, uma enfermeira que, em sua juventude, ficou conhecida nos combates pela independência.
Com Rachida Brakni, Fettouma Bouamari, Zahir Bouzrar.
Melhor música, Melhor Primeiro Filme, Melhor Roteiro no FESPACO 2007. Selecionado em mais de 10 festivais em 2007.

15/03
Duas Garotas Românticas
Les Demoiselles de Rochefort (França, 1967).
De Jacques Demy. Cores. Duração 91’.

"Queria fazer um filme que despertasse um sentimento de felicidade, que, depois da projeção, o espectador saísse da sala menos triste do que quando tinha entrado" (JACQUES DEMY)
Delphine e Solange são duas irmãs gêmeas encantadoras e espirituosas de 25 anos. Delphine, a loira, dá aulas de de dança et Solange, a ruiva, aulas de música. Elas vivem então da música e sonham ir para Paris e ter uma vida fantasias. Alguns empresários chegam à cidade e passam a frequentar o bar que é da mãe delas. Uma grande feira é promovida e um marinheiro sonhador está à procura da mulher ideal...

22/03
Os maus perdedores
Les Mauvais Joueurs (França, 2005).
De Frédéric Balekdjian. Com Isaac Sharry, Simon Abkarian. Drama em Cores. Duração 85’. Classificação etária 14 anos.

Paris, o bairro do Sentier. O Natal aproxima-se e a vida de Vahé Krikorian vai por água a baixo. A loja de seu pai, com quem ele trabalha, fechará em breve. Muitas dívidas e devedores. Lu Ann, a mulher que ele ama, deixa-o e ele sente que as trapaças do jogo da vermelhinha que ele pratica com Sahak e seu irmão Toros não vão levá-lo à lugar nenhum. Yuen, o irmão de Lu Ann, clandestinamente na França, recusa-se a trabalhar para a rede que fez a sua passagem, sem dar-se conta do perigo que o espreita. Tomando-se de afeto por ele, Vahé decide ajudá-lo. Aos poucos, um laço de amizade se tece entre eles e coloca à prova a lealdade de Vahé contra seus velhos amigos e o leva a agir contra seu bando. Apesar da vida parecer retomar seu curso, algose rompeu em Vahé. Algo que ele não controla. Algo irreparável.

29/03
História de um encontro
Histoire d'une Rencontre (França, 1983).
De Brahim Tsaki. Com Alan Gill, Boumediene Belasri, Carine Matthis. Drama em PB. Duração 80’.

Duas crianças surdas e mudas - ela, filha de um engenheiro americano; ele, filho de um camponês argentino - encontram-se e conseguem se comunicar, ultrapassando todas as barreiras culturais que os separam.

Saiba mais sobre a programação gratuita de cinema italiano, espanhol, inglês e brasileiro no blog http://fcbadesc.blogspot.com/ ou pelo telefone (48) 3224 8846

A Fundação Cultural BADESC fica na rua Visconde de Ouro Preto, 216, centro