Textos, entrevistas, palavras e pensamentos publicados no noveletras.blogspot.com foram apagados por invasores. Da noite pro dia meu antigo blog sumiu. Como não vou poder usar o mesmo nome, estou de volta em novo endereço. Muito do que escrevi lá vocês vão poder ler aqui. Obrigada pela visita!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dia após dia

"Em cada ato você tem uma escolha, e a cada passo você pode mudar a direção da sua vida."

Mas há sempre uma dúvida: qual o melhor caminho a seguir?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Entrevista ponto-com

Rose: Boa noite, Marcelo.

Marcelo: Boa noite, Rose.

Rose: O que é essencial saber sobre você, Marcelo Maroldi?

Marcelo: Acho que a única coisa essencial de fato é o tipo de literatura que tento desenvolver, o tipo de expressão que eu tento conseguir usando as palavras e os sentimentos, e as artes, por que não? Basicamente é este o meu compromisso: escrever do meu jeito; uma literatura dura, nem sempre muito comercial, mas procuro ser mais profundo que a maioria dos escritores atuais, que sequer roçam a alma humana... Para mim as artes (e a literatura) têm uma função muito maior e mais densa...

Rose: Você afirmou uma vez num texto que os novos escritores impressos se preocupam apenas em escrever sobre sexo, em usar palavras da Internet e em incorporar modernismos nos textos. Disse também que eles se preocupam com a atualidade e esquecem de mergulhar nos problemas humanos. Quem escreve quer ver o sucesso da obra ou a satisfação do público leitor?

Marcelo: Acredito que a maioria queira ver as duas coisas, mas os grandes escritores não se importam em princípio com nenhuma delas, na verdade. O objetivo é escrever, e pronto, não tem essa de querer sucesso ou satisfazer A ou B. Esdras do Nascimento, ótimo escritor, outro dia me disse: "sem essa tolice de público alvo, de pensar no leitor". Que leitor? Como é que você vai saber quem é o leitor? O advogado, a puta, o açougueiro, o intelectual? Não tem essa... escreve-se porque se tem algo a dizer, penso eu. Mas é algo que nasce da necessidade do escritor em expor, em escancarar, mas não é pro outro... Por isso que eu escrevo primeiro para mim. Por isso fico surpreso quando alguém se identifica. É de mim, pra mim, só pra mim, como alguém pode concordar? (...) Mas o ser humano é o mesmo, quase sempre tem as mesmas dúvidas, os mesmos medos... Tem que ter os porta-vozes...

Rose: Então você concorda com Marcel Proust quando ele diz que "todo leitor é, quando está lendo, leitor de si mesmo"?

Marcelo: Sim, sim... concordo. E os escritores a mesma coisa, só que eles têm algum talento com as palavras e conseguem transcrever isso...

Rose: As pesquisas e a própria realidade demonstram que a maioria esmagadora da população alfabetizada brasileira (algo em torno de 61%, se não me engano) tem muito pouco ou nenhum contato com livros. Entre as principais razões apontadas estão as de ordem financeira e a falta de tempo. Na sua opinião qual a fuga de quem não lê? Seria a novela? E como mudar isso?

Marcelo: Acredito que não tem muito como fugir: é investir na educação. Tem que criar biblioteca em cada bairro, levar as crianças para lá, com monitores, investir na base mesmo. Quem pega o hábito da leitura dá um jeito de ler, empresta, vai a um sebo baratinho (Ferréz fazia isso, não?). Outro dia recebi um e-mail de meu irmão, que é bibliotecário de formação, que tinha uma frase do Erasmo de Rotterdam, autor que eu adoro. Dizia o Erasmo que primeiro comprava os livros que queria ler e, então, se sobrasse dinheiro ele comprava comida. É claro que é um exagero, mas é genial esse pensamento, essa tese de que é mais importante se alimentar de cultura do que de comida. Precisa criar o hábito, a vontade, a necessidade de consumir livros, consumir filmes, música, teatro, essas coisas. É investimento na base mesmo... escola e biblioteca

Rose: Falta em nosso país uma política séria de incentivo a isso tudo não é mesmo?

Marcelo: Falta tudo. No Brasil, em termos de educação, falta tudo, tudo, tudo. Não é só a escola básica não. É a universidade, a classe média, a classe alta, todo mundo. O Brasil é um país de ignorantes, infelizmente. Tenho amigos com mestrado que jamais leram um livro do Machado de Assis, por exemplo. É um problema generalizado que eu não sei como resolver. A curto prazo não dá para resolver não.... Tem que investir agora e esperar 20-30 anos, talvez... Isso em termos de cultura, de educação. Mas o governo quer educar para formar uma classe trabalhadora mais capacitada, em curto prazo, mais adequada à competição industrial do mundo globalizado, mas não investe querendo um cidadão mais culto, isso é secundário.

Rose: Vamos sonhar um pouco então. Se fosse possível dar um conselho, um só, para esse povo que não é muito chegado a livros, você diria que “para gostar de ler é preciso...”

Marcelo: Pelo menos duas coisas, se possível juntas na mesma pessoa. Primeiro tem que sonhar, literatura também é sonho, é arte. Aquela conversa de 'viajar nos livros', por exemplo, conhecer o mundo sem sair do lugar, conhecer o que pensam outros homens e mulheres, suas vidas, suas aventuras, suas idéias, seu amores, seus sonhos. Segundo: tem a leitura que instrui também. Ler para se educar, aprender mais das coisas que influenciam na nossa vida, nossos ofícios, a política do país, a história do país...
(...) O problema é que a maioria não tem nenhuma das duas. Não gosta de ler, não acha que pode se divertir lendo e não quer ler para aprender também. Aí não dá.

Rose: Você acha que a literatura ajuda, de certa forma, as pessoas?

Marcelo: Ajuda e não ajuda (risos).

Rose: Podes me explicar como?

Marcelo: É claro que ler ajuda quando ensina, quando educa, instrui, quando diverte, tudo isso. Mas, sendo sincero contigo, acho que quem lê pode se complicar. Como explicar isso? É que os livros colocam 'minhocas' nas nossas cabeças, entende? Colocam idéias, vontade de fazer, de acontecer, de deixar tudo pra trás e sair no mundo, de pegar em armas por um ideal, essas coisas todas. Por isso ler sempre foi considerado perigoso por governos autoritários. A leitura modifica as pessoas, sabe? Tem aquela frase do Caio Graco que nem sei ao certo se é dele mesmo, mas diz: "Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são os homens. Os livros só mudam os homens.” Isso é verdade. Um livro muda a pessoa, coloca idéias na cabeça dela (risos).

Rose: A mesma Internet que permite essa nossa conversa a distância (de Florianópolis para São Paulo), neste momento está sendo acessada para outros fins por milhões de usuários. Você já escreveu sobre a influência da "rede" na vida das pessoas no texto Geração Código de Barras. Um dos enfoques foi a perda de identidade dessa nova geração. Hoje pode-se dizer que a Internet tem mais pontos positivos ou negativos?

Marcelo: Difícil dizer. Em princípio, a resposta seria positivos. Mas se você reler esse texto que você citou, já começa a enxergar pontos negativos. Ultimamente tenho pensado sobre isso, talvez as pessoas não estejam prontas para a Internet ainda. Ela chegou muito rapidamente, muito fácil. Nos últimos cinco anos todo mundo com algum recurso financeiro navegou na "rede" e nem parou pra pensar no que isso significa. Crianças, por exemplo, não têm idéia do que a Internet significa. Escrevi um ensaio recente sobre Internet e cultura em que procuro explicar isso, explicar porque as crianças nem se atentam para a maravilha que a rede é, tá meio banalizada, meio boba até. Perdeu um pouco da força que eu enxergava pra ela, como se fosse um repositório gigantesco do conhecimento humano. Hoje Internet é youtube, sexo, msn, somente isso. E se um adolescente precisa fazer um trabalho, ele baixa da “rede” e entrega assim mesmo, nem lê. Desvirtuou um pouco o sentido, uma pena...

Rose: Os blogs existem há 10 anos e hoje são uma das principais ferramentas que transforma todos em autores. Você acha que a Internet alimenta uma certa ilusão de que qualquer um pode escrever sobre qualquer coisa? Você gosta de ler blogs?

Marcelo: Eu gosto de ler alguns blogs, apenas. Isso que você falou é a mais pura verdade. Todo mundo quer escrever, quer mostrar o que rabiscou, que tem talento. Mas, infelizmente, não são todos que fazem bons blogs, que têm assuntos, que sabem escrever. O blog precisa ser melhor definido. Acho que deveria ter uma nomenclatura distinta para os diversos tipos de blogs que existem. Diários digitais e blogs jornalísticos não são a mesma coisa, por exemplo. Eu gosto de blogs mas nunca leio diários digitais, etc. Os internautas acham tudo tão simples que saem criando blogs e escrevendo. Dois ou três dias depois eles descobrem que já disseram tudo o que tinham para dizer, já falaram dos livros que leram, das bandas que gostam, aí o blog fica lá, parado, morto. Depois, dali três meses, o cara cria outro, pensando que desta vez vai. Mas morre do mesmo jeito. É preciso uma certa estrutura para ter um blog consistente.

Rose: Dizem que a cada segundo surge um novo blog. Mas quantos também não são excluídos neste mesmo segundo?

Marcelo: Ah, sim... O que mais temos são blogs mortos, que duraram algumas semanas apenas.

Rose: Voltando aos leitores. Muitos deles ainda não se convenceram em trocar o livro de papel pelas versões eletrônicas, mesmo sendo oferecidas certas vantagens como acesso automático aos textos e preços menores. Na sua opinião a tendência é o livro tradicional perder cada vez mais espaço para o livro virtual? Ou não existe prazo de validade para este ou aquele livro?

Marcelo: Não, não acho não. Eu gosto é do papel, do cheiro do livro, da capa, de tudo. Eu adoro entrar num sebo e sentir o cheiro do livro. Na Internet não tem nada disso! Eu nunca vou trocar meus livros velhos e amarelos por livros online (risos). Uns meses atrás fui em uma série de palestras sobre o mercado literário. Estava cheio de aspirantes a escritores. Num dado momento alguém falou algo sobre isso, a morte do livro de papel. Eu achava que escritores de verdade, ou mesmo pessoas que gostem de livros e de ler, nunca iriam aceitar isso. Vão sempre ficar com os de papel. Mas eu percebi que não. Alguns disseram que nem tinham livros, que só liam na web, etc. Achei meio deprimente, sinceramente, mas me restringi a dar a minha opinião e pronto. Uma das graças de ler é o próprio livro em si. Eu tenho alguns livros iguais, o mesmo livro, porque saíram em edições diferentes, com capas diferentes e tal. Não é só o conteúdo que interessa, é o livro em si.

Rose: O que significa neste país ter um papel impresso com o nome na capa? A gente sabe que um livro publicado não serve como passaporte para o sucesso. Um livro precisa sim é de leitores. Um bom escritor deveria saber atrair e cativar leitores, não é? Existe uma fórmula para isso?

Marcelo: Existe, existe. Veja aí escritores como Paulo Coelho, ou os de auto-ajuda. Aquilo é uma fórmula, é o que as pessoas querem ler, querem consumir. Tem fórmula, portanto, desde que você não se importe com o tipo de livro que quer ter... Agora, literatura mesmo, não essas que citei aí, não tem fórmula, mas penso que há indicativos. Não sei se você já pensou nisso, mas as histórias se repetem, sabia? No teatro, nos livros, no cinema, são sempre os mesmos temas, quase sempre igual. Por que isso?
Bom, mas voltando. Muda-se o modo de narrar, o estilo, etc., mas quase sempre temos as mesmas espinhas dorsais. Por isso, quando aparece algo realmente novo, surpreende, assusta até.

Rose: Então não existe "um segredo" para conquistar leitores?

Marcelo: Acho que não existe. As pessoas têm reações estranhas (risos). Às vezes você pensa que acertou e te malham, ou não acha que ficou tão bom e te veneram. Não dá pra entender. Mas, se eu tiver que dar um conselho, tentar dizer qual é esse segredo que você tanto insiste, eu diria: pegue os temas clássicos, dê uma roupagem atual e reza. (risos)

Rose: Conheço pessoas que escrevem muito bem e nunca publicaram um livro, ou porque não quiseram ou porque não tiveram oportunidade. Já por outro lado vi muito livro impresso de pessoas sem nenhum talento para escrever. E aí eu pergunto: será que vale a pena publicar só por publicar? É muita ousadia chamar de escritor alguém que nunca editou em papel? Afinal o que faz de alguém um escritor de verdade?

Marcelo: Bom, esse assunto cai no objetivo pessoal de cada um, no desejo pessoal. Eu conheço pessoas que escrevem para Internet, fazem algum sucesso, inclusive, mas não se sentem escritores, e me dizem: "eu quero entrar na livraria e ver meu nome lá, na capa". Eu aceito essa postura. É uma questão cultural até, e também de satisfação pessoal. Cada um sabe de si. Eu já escrevi que escritor que não publica não é escritor, mas várias pessoas me detonaram por isso. Eu andei repensando a respeito. O poeta Lau Siqueira escreveu sobre meu texto e sobre mim no site dele. Fiquei realmente pensando nisso, no que eu de fato acreditava, se fui preconceituoso ao escrever. Hoje estou mais tolerante com isso. Se o cara nunca publicou mas é bom, pode ser escritor sim, por que não? Se ele está satisfeito com isso, se não tem a necessidade de publicar no papel, tudo bem... não muda muito.

Rose: Poetas cultivam uma certa tristeza crônica. Dia destes lendo um livro de Alphonsus de Guimaraens vi que as palavras mais freqüentes nos poemas dele eram morte, espectro, cemitério, limbo, alma de sangue, dor... A obra de um poeta tem que ser necessariamente carregada de sofrimento?

Marcelo: Dizem que não, mas eu ainda não acreditei nisso (risos). Pra mim, toda a arte precisa vir carregada de forte sentimentalidade, de emoção, seja ela qual for.

Rose: O diretor de cinema Quentin Tarantino disse uma vez que não se pode escrever poesia no computador. Você concorda com ele?

Marcelo: Acho que é possível sim...O meio em que se faz a poesia não é o mais importante, na minha opinião. Mas, eu já ouvi inúmeros poetas falando coisas desse tipo, que só poetizam com a caneta na mão, essas coisas. Eu não penso assim. Pra mim dá. Acho que como sou jovem ainda (risos) e cresci escrevendo tudo no computador, me acostumei com isso. No meu caso é até o contrário: quando eu pego papel sou muito mais lento, sinto até meio deslocado, meio fora de meu mundo. Mas não acredito que essa seja a coisa mais importante se discutir, é só uma bobeirinha. Aliás, responda-me você: o Quentin Tarantino é poeta? Nem sabia disso (risos).

Rose: Acho que ele arrisca às vezes...

Marcelo: Hum. E é bom?

Rose: Só conheço os filmes dele (muito violentos, por sinal).

Marcelo: Mas eu gosto e gosto de como ele arrisca, como investe em novos formatos e tal.

Rose: É, eu também gosto de alguns. Mas vamos deixar a discussão sobre a produção do Tarantino de lado. Quero saber como funciona o seu processo de criação. De onde você busca inspiração?

Marcelo:
Não tenho receita. Quando eu "preciso" escrever eu simplesmente sento e escrevo. Porém, geralmente, escrevo melhor quando estou sob o 'efeito' de alguma emoção, ou algo que eu vi, aconteceu, senti...Aí eu escrevo mais pro meu gosto mesmo, e nesse caso sai tudo bem rápido e fácil, vai vindo tudo em minha mente, as palavras, as frases inteiras, eu nem preciso ficar editando muito, arrumando. Escrever desse jeito, para mim, é mais fácil, acho que simplesmente acontece. Às vezes é um processo, penso eu, de exteriorização de minhas frustrações, tristezas. Eu vou escrevendo e aquilo vai me ajudando a entender o que estou sentindo, passando, mas, quando algo inspirado no pessoal, é sempre um processo bem doloroso, não é fácil. Algum psicólogo talvez diga que eu, então, escrevo para me auto-machucar, para persistir a minha dor. Não sei dizer, mas sei que escrever, para mim, é falar de vida, de dor, de amor, e essas coisas sempre costumam monopolizar as minhas forças. Pensando bem, acho que é a minha droga, onde eu projeto todas as coisas que sinto. Mas, como disse, não tem processo. Eu simplesmente sento e escrevo. Às vezes eu respiro fundo, bem fundo, e quando eu termino essa 'respirada', uma dorzinha surge lá dentro e junto com ela sai toda uma frase. É isso, só isso.

Rose: Escrever sempre ou às vezes?

Marcelo: É fase. Às vezes eu escrevo todos os dias, sem parar. Às vezes eu tenho vontade de ficar semanas sem escrever nada.

Rose: Uma vez eu li que Deus criou o homem porque adora histórias...

Marcelo: A vida humana rende muita história mesmo, não é?

Rose: Sim, com certeza. Agora me responda: para aprender a escrever bem é preciso...

Marcelo: Essa é fácil. Ler, escrever, treinar...

Rose: Você gosta mais de ler um pouco de tudo ou tudo de poucos?

Marcelo: Não, de tudo. Vou lendo o que vai caindo em minhas mãos, quase não repito autor em seguida...Vou lendo o que estiver na minha frente.

Rose: Algum livro de cabeceira?

Marcelo: Eu gosto muito de Olhai os Lírios do Campo e Os Sofrimentos do Jovem Werther.

Rose: Os dois preferidos?

Marcelo: São.

Rose: Qual a melhor frase que você já escreveu?

Marcelo: O dia que eu escrevi Receita para se esquecer um grande amor o (Fabrício) Carpinejar me escreveu (ele já tinha dito que era meu leitor, mas não acreditava muito nisso). Ele colou a frase a seguir e disse que era uma grande frase minha: "eu só quero poder seguir em frente. Nem precisa ser em frente...basta seguir." Eu gosto dessa também. E gosto da frase: “o instante derradeiro se aproxima para a poesia cansada”. Quem fala isso é um personagem do livro que estou escrevendo. Acho que ela só podia sair mesmo de mim. Mas não sei como vai seguir... vamos ver o que acontece. Estou num momento de reclusão literária total, posso dizer. Tem umas coisas saindo aí, mas não é ficção. Ficção estou parado, pensando, repensando, repensando de novo. E tem outros projetos, de teatro e cinema pintando também. Eu quase não paro, estou sempre mexendo nessas coisas todas e tendo idéias... é o que me interessa fazer e meu objetivo maior nessa vida.


**Entrevista publicada em setembro de 2007


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Não precisa ter asas

Hoje
Faça um favor pra você mesmo

Acorde de bom humor
Agradeça pela vida
Reze por alguém
Cumprimente as pessoas
Distribua sorrisos
Seja gentil
Mantenha a calma no trânsito (principalmente!), na fila, no trabalho, em casa...
Dê um beijo ou quantos quiser
Escreva algo de bom para quem achar que mereça
Aproveite bem o dia e a noite...
Fique em paz com você e com todo mundo
Perdoe os defeitos dos outros
Ajude quem precisa
Faça o melhor que puder

E se possível
Seja um anjo na vida de alguém

domingo, 17 de janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Par ou ímpar?

Ele chegou na minha sala. Parecia feliz, como sempre. Levantou a camisa para me mostrar o que tinha feito durante um breve intervalo do trabalho. Olhei meio perplexa para o que ele havia tatuado pelo corpo. Eram frases em inglês "só Deus pode me julgar" e em latim "o amor sempre vence" e "Cordeiro de Deus aquele que tira o pecado do mundo". Não lembro bem qual foi minha reação. De surpresa, acho. O que dizer mais? Doeu? Nada, ele disse. E como estava se sentindo? Bem, respondeu sorrindo.

Prometi que ia escrever sobre isso um dia.

Pelas ruas vejo um "mundo" de gente tatuada. São pernas, braços, mãos e pés que desfilam por aí com desenhos, frases, palavras, símbolos e o que mais permitir a imaginação. Alguns nem sabem ao certo o significado do que carregam consigo. Outros escrevem o nome da mãe, do pai, do filho ou de algum grande amor. Há também, é claro, os arrependidos que querem apagar o que um dia acharam que iria durar para sempre. Retocam aqui e ali para disfarçar nomes ou figuras que com o tempo se tornaram indesejáveis. A diversidade é muito grande. São cores e formas para todos os gostos. É verdade que muitas imagens se repetem em corpos bem desiguais. Jovens ou velhos gostam de exibir o que para eles representa um estilo de vida, uma atitude, um ato de coragem, de rebeldia, sei lá. Uns copiam outros tantos que seguem por aí copiando. Acho que existem mais cópias do que originais.

Não sei o que leva uma pessoa a fazer uma tatuagem. Só sei que cada dia surgem novos adeptos deste time. Eu diria até que são poucos os que resistem ao, será que posso dizer assim, modismo? Fico imaginando alguém pegando um catálogo (sim, existem modelos já prontos) para escolher a sua própria marca. Será que vai ser uma escolha feliz pro resto da vida? Porque a gente se cansa de tanta coisa , não? Li outro dia que um estudo nos EUA diz que 60% das pessoas que fazem tatuagem querem tirá-la depois de três anos. Então, me digam, por que fazer?Já perguntei repetidas vezes para inúmeras pessoas tatuadas e ninguém até hoje conseguiu me convencer com a resposta.

Meu amigo lá do início deste texto confessou que não vai parar nas "quatro" que já fez. Tatuagem, disse ele, tem que ser em número ímpar para não atrair má sorte. Ouvi outras pessoas tatuadas que me disseram a mesma coisa. Acreditam mesmo nesta história. Então por que será que não param logo na primeira? Não seria assim como um vício? Depois que começa...

Melhor mesmo é não ter nenhuma.


*este texto foi publicado originalmente em julho de 2007

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pensamentos avulsos



"A vida não tem segredos, apenas verdades escondidas sob a superfície".

(da série "
Dexter")

domingo, 10 de janeiro de 2010

Bem me quer... mar me quer

Da minha casa vejo o mar. Sei quando ele muda de cor. E são várias tonalidades. Azul, cinza, verde...
De perto ou de longe gosto de admirar a beleza das águas, das ondas às vezes tranquilas, às vezes agitadas. A maré pode estar alta ou baixa mas, na essência, o mar é sempre o mesmo. E é lindo. Mar da ilha ou do continente. O mar me inspira, me acalma e me deixa feliz.

Perto de casa o mar
Perto do mar o horizonte
O que parecia ser longe
Pode ser apenas ilusão

Explicar mais o que?