
Um breve epitáfio pode expressar uma avalanche de sentimentos. De quem fica para quem parte. Basta prestar atenção em alguns deles para ver que ali a saudade foi traduzida em forma de poesia.
Mas quem neste mundo apressado tem tempo para ler epitáfios ou observar a arte escondida em cemitérios?
O fotógrafo Gill Konell, em uma visita a um cemitério de Timbó (SC) em 2007, viu que muitos túmulos antigos haviam sido substituídos por novos de granito e resolveu iniciar um trabalho para preservar a memória daquela arquitetura. Visitou vários cemitérios pelo interior do estado e fotografou todo esse rico acervo. Além de observar as construções, passou a se interessar pelo que estava escrito em gótico nas sepulturas. Qual seria o significado daqueles epitáfios?
O projeto resultou no livro Extramuros, recém lançado pela editora Bernúncia, que reúne imagens captadas pelo fotógrafo em vários cemitérios catarinenses e pequenos textos que são verdadeiros “manifestos de carinho e adeus de quem viveu a perda” traduzidos por Fabrício Coelho. São 100 páginas que documentam parte da história gravada em lápides antigas e parcialmente destruídas pela ação do tempo.
O livro é um manifesto pela preservação do patrimônio cultural catarinense e revela uma arte que, se não receber o devido cuidado, poderá ser condenada ao esquecimento.
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